O Projeto
Brincantes, contemplado pelo FMIC (Fundo Municipal de Investimentos
Culturais), apresenta entre suas atividades oficinas que instruem
formas pedagógicas a quem desempenha algum tipo de trabalho com crianças em Campo
Grande. Desde março e até maio, essas atividades são guiadas pela
arte educadora Ramona Rodrigues.
Com materiais
simples, muitos deles reaproveitados, como garrafas pet, latas,
cordões de nylon e feltro, são feitos brinquedos como o barangandan
arco-íris, corrupio, vai-e-vem, peças de Escravo de Jó, pião de
CD e papel, telefone de lata, galinha de lata, cinco marias,
pé-de-lata, bilboquê e bonecos, como os dedoches e bonecas Abayomi.
São apresentados
exercícios de desinibição, liberação, sensibilização,
aquecimento vocal e corporal, brincadeiras tradicionais, brincadeiras
cantadas, jogos populares e contação de histórias. As oficinas de
Criação e Confecção de Brinquedos e Bonecos e Brincadeiras
Tradicionais, Cantigas de roda e Jogos Populares, são para
professores e arte educadores se tornarem multiplicadores das mesmas,
como explica Ramona.
“Se cada professor
investir cinco minutos para fazer uma brincadeira, suas aulas com
certeza serão mais produtivas e estimulantes, pois a pessoa seja
criança ou adulto quando brinca desenvolve suas habilidades
corporais e mentais, sem contar que ficam felizes e disponíveis para
assimilar melhor qualquer que seja o conteúdo”, completa.
Multiplicadores
Chefe escoteira e
fisioterapeuta, Dayana das Graças, 29 anos, convive e trabalha junto
a crianças de sete a 10 anos, e ama atividades artísticas manuais.
A combinação de interesses a fez querer saber um pouco mais sobre
como enriquecer essa relação, além de exercitar a paciência e
trazer de volta um pouco da sua criança interior.
“Na oficina vemos
que, com calma e carinho, conseguimos fazer tudo bonitinho. Não tive
muito estímulo a essas brincadeiras na minha infância e hoje vejo a
falta que faz. Atividades desse tipo precisam ser estimuladas para as
crianças de hoje, muitas delas imediatistas, fechadas”, diz,
adicionando ainda que a troca de experiências com os outros
participantes é outro ponto positivo.
Professora de
crianças entre três e cinco anos, Rita Sant’ana, 31 anos, sabe
bem como o aprendizado e diversão caminham juntos na infância.
Educadora na rede pública de ensino, ela tem levado o que aprendeu
na oficina para o espaço escolar, promovendo curiosidade, alegria e
união dos pequenos.
“A possibilidade
de fazer tantos brinquedos com pouco recurso é incrível. Além de
serem muito mais acessíveis que um objeto eletrônico ou mais
moderno, desenvolve a imaginação e é livre, cada um se sente
especial sabendo que pode fazer sozinho, em casa, em família e com
itens que iriam para o lixo, muitas vezes”, conta.
Avante,
brincantes!
Ao final da oficina,
cada participante confecciona e leva consigo a customizada maleta
‘vamos brincar!’, recheada com os objetos divertidos que
aprenderam nas aulas e que, agora, podem ser aliados na educação e
diversão de muitas crianças.